segunda-feira, 23 de novembro de 2009

AMOR VERDADEIRO

Numa noite de verão
Por uma pequena desatenção
Estava eu a te arranhar
Feito gata no cio
Perdida nas mil vidas que criei
E tenho que vivê-las,
Porque senão sou desfragmentada,
Dilacerada nessa exata e propensa solidão!
Não precisa amar como amo
Porque amar dói tanto
E sem cobranças e desapegos
Estamos descobrindo o destino humano!
Não quero colecionar amores como se fossem jóias
Porque depois a dor é profunda, rasgante,
Dilacerante!
Quero algo que só nós sabemos
O que existe entre nós e nos entendemos.
Precisamos dessa distância agora,
Pois quero coragem de vencer preconceitos,
Romper barreiras,
Desamarrar-me das coisas inexatas do meu ser
Torna-me humanamente transparente a toda minha verdade,
Que um dia entreguei a um amor de infância.
E me desapegar dessas lembranças!
Não quero viver ilusões constantes,
Nem quero sair andando em linhas errantes,
Pois não pretendo perder a exata proporção dos meus limites.
Peço-lhe então, paciência
Tenho que derrubar minhas cancelas,
Banir meus preconceitos,
Ter coragem de ser eu mesma!
Para que eu possa lhe dar
O riso mais calmo,
A afeição morna e serena,
A paz e o sonho das estrelas,
O céu inteiro,
E um amor verdadeiro!

Irene Maria 22-23/novembro/2009



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